5 DICAS FINANCEIRAS PARA ADVOGADOS
- Glauco Oliveira
- 13 de jul. de 2020
- 3 min de leitura
Nós advogados, quando ajuizamos uma ação, já começamos a calcular os honorários sucumbenciais.
Para quem não está acostumado com a terminologia, quando um réu perde uma ação, esse alguém deve pagar: 1) o que o autor pediu; 2) as custas processuais, 3) os honorários sucumbenciais.
O número 1 são pagas para o autor da ação, o número 2 é destinado aos cofres públicos ou para o autor da ação, como ressarcimento pelos custos que ele teve e o número 3 é destinado ao advogado do autor da ação.
Muitas vezes o advogado ou advogada celebrou contrato com o autor, estipulando um valor para prestar os serviços advocatícios para o cliente, afinal, um escritório tem custos, e não da pra ficar apostando todas as fichas em contratos de risco.
Portanto, os honorários sucumbenciais podem (e devem) ser utilizados para crescimento do próprio escritório, destinar uma parcela para a aposentadoria (além de contribuições previdenciárias), etc.
O ponto principal nessa análise é que os valores recebidos a título de sucumbência são valores que não “esperávamos” receber, pois, por não depender de diretamente dos esforços do advogado ou da advogada da causa, não pode ser considerado para planejamento financeiro.
Bom, chegamos ao momento final que esperamos, recebemos os valores dos honorários. Por sermos profissionais liberais, precisamos ter consciência que nossos rendimentos são variáveis, portanto, para podermos nos manter nos momentos de baixa, temos que fazer reservas nos momentos de alta.
No livro “O segredo das mentes milionárias”, T. Harv Ekter nos indica a separar 50% do que ganhamos para custear nossa vida, o restante deve ser dividido em investimentos, independência financeira, educação financeira, lazer e doações.
Dessa forma, o primeiro passo é ajustarmos nosso padrão de vida a essa métrica. Caso não haja espaço para cortes, é necessário fazer o contrário, ao invés de cortar, devemos buscar aumentar a renda, tema para outro artigo.
A primeira atitude a ser tomada quando do recebimento dos honorários é quitar as dívidas/custear o escritório (o dinheiro de uma empresa é da empresa). Cumprida essa etapa, passemos a análise das finanças pessoais.
Se você está endividado, é essencial se livrar dessas dívidas. Dívidas nos fragilizam no sentido de que não podemos aproveitar oportunidades, perdemos poder de negociação, além dos aspectos psicológicos que minam nossa motivação.
Voltando ao tema, os honorários sucumbenciais, por serem uma “renda extra” podem, e devem, ser encaminhados para a formação da reserva de emergência (após a quitação das dívidas), valores que devem ser investidos em uma aplicação com liquidez diária e rendimento acima da inflação, com foco em poder se manter durante, no mínimo, 12 meses sem renda alguma.
A terceira atitude que temos que tomar é dar início à nossa independência financeira. Independência financeira é o momento em que os rendimentos passivos de nossas aplicações são suficientes para custear nossa vida. Por exemplo, digamos que você tenha um custo de vida de aproximadamente cinco mil reais. Para que você possa dizer que é independente financeiramente, seus rendimentos passivos (aqueles que advêm de investimentos) devem ser iguais ou superiores a cinco mil reais mensais.
Esses rendimentos podem ser oriundos de aluguéis de imóveis, participação em empresas em que você seja sócio-investidor, dividendos de empresas, etc.
A quarta ação deve ser investir em educação financeira, de maneira geral. Advogados geralmente buscam se especializar tecnicamente em alguma área específica, mas, via de regra, deixam de lado uma formação importantíssima para qualquer profissional liberal, a empreendedora.
Técnicas de vendas, administração, contabilidade, liderança de equipe, relacionamento com cliente, entre outros tantos, são todos fatores determinantes do sucesso ou fracasso de uma empresa. Embora um escritório de advocacia não seja legalmente uma empresa, na prática, é. Deve ser encarado como tal, e, portanto, deve ser administrada como tal.
Obviamente que o conhecimento técnico do direito é inerente a própria atividade, mas a gestão de um escritório requer conhecimentos que ultrapassam a esfera jurídica.
Por último, é importante para o advogado – para qualquer um na verdade – buscar investimentos para ampliar seu patrimônio. Nesse sentido, existem diversos cursos disponíveis nas principais plataformas de investimento, bem como livros a preços acessíveis, como os livros de Napoleon Hill, que mesmo após quase 100 anos, continua sendo muito atual.
Lembre-se que nós, como profissionais liberais, precisamos estar atentos a sazonalidade do mercado, e por isso devemos nos preparar para conseguir atravessar tempos difíceis.
Espero que esse texto ajude a refletir sobre a sua vida financeira assim como estudar sua educação financeira fez bem a minha.
Comments